Experimento realizado no Software Algodoo, sobre a queda dos corpos sob influência da resistência do ar.
Fonte: Experimento virtual construído no Software Algodoo, produzido pela autora.
Fonte: Experimento virtual construído no Software Algodoo, produzido pela autora.
Experimento realizado no Software Algodoo, sobre a queda dos corpos sob influência sem a resistência do ar.
Fonte: Experimento virtual construído no Software Algodoo, produzido pela autora.
Fonte: Experimento virtual construído no Software Algodoo, produzido pela autora.
Um pouco de história da ciência: Galileu e a Queda dos Corpos
O movimento
de Queda dos Corpos é um fenômeno físico observado e discutido a centenas de
anos. Segundo Aristóteles (384 – 322 a.C.) existia apenas dois tipos de
movimentos naturais: o primeiro para baixo, como a água, terra, e o segundo
para cima como o ar e o fogo. Já para Galileu Galilei (1564 – 1642 d.C.)
existia apenas um movimento natural, o de cima para baixo, no qual todo corpo é
pesado tendendo naturalmente por efeito da atração gravitacional cair em
direção a Terra (DAMPLER, 1986); e esse era o ponto de principal divergência
entre as duas teorias apresentadas.
A ciência galileana foi a primeira a conseguir aplicar os métodos de análise matemática aos fenômenos da dinâmica, pois até então eram utilizados apenas para a estática. Porém, essa mudança de concepção não correu rapidamente, ela foi gradativa e passou por diversas etapas.
Geymonat
(1997) aponta que a primeira etapa foi a “quebra” da concepção de que qualquer
corpo que cai livremente na Terra possui uma velocidade própria (grandeza
física proporcional à massa de cada corpo), ou seja, de que durante o movimento
de queda os corpos aceleravam apenas nos primeiros instantes, até atingir sua
velocidade própria e a partir dela seguiam seu movimento com velocidade
constante.
Mais tarde, em uma carta ao frei Paolo, Galileu começa a apresentar provas de ter chegado a uma análise exata da queda dos corpos, estabelecendo uma proporção entre o espaço percorrido e o tempo decorrido durante a trajetória, porém ainda considerava uma proporção direta entre a velocidade do corpo e a distância percorrida.
Repensando
acerca das coisas do movimento nas quais, para demonstrar os acidentes por mim
observados, faltava um princípio tão completamente indubitável que pudesse ser
colocado como axioma, me vi reduzido a uma proposição que tem muito de natural
e evidente; e esta suposição, demonstro depois o resto, é que os espaços
percorridos pelo movimento natural se dão em proporção dupla dos tempos e, por
consequência, os espaços percorridos em tempos iguais são como números ímpares,
e as outras coisas. E o princípio é esse
que o móvel natural vá crescendo de velocidade naquela proporção em que se
afasta do início de seu movimento (GEYMONAT, 1997, p.36, grifo nosso).
Somente na
terceira etapa foi que Galileu rompeu com as concepções alternativas sobre o
movimento dos corpos e formulou o princípio da queda livre, no qual afirmava
que a velocidade de um corpo grave cresce diretamente proporcional ao tempo e
não ao espaço como pensava anteriormente, independente da diferença de peso.
Galileu atribuía o atrito com o ar sendo o responsável pela diferença de tempo na queda de corpos de massas diferentes de uma mesma altura, porém, como não possuía instrumentos apropriados para realizar o experimento sem a resistência do ar, manteve seu princípio baseado em teorias e experimentos mentais. Alguns anos após a sua morte, a bomba de vácuo foi inventada, e a teoria de Galileu confirmada experimentalmente, pois ao soltar uma pedra e uma pena as duas chegaram ao mesmo instante ao solo.
Modelando o Experimento no software Algodoo
Baseado nas
mudanças de concepções que ocorreram até o princípio da queda livre ser
formulado corretamente, a primeira simulação proposta no presente trabalho teve
como objetivo demonstrar a experiência mental supostamente realizada por
Galileu, pois, assim como ele e seus antecedentes, os alunos também possuem
suas concepções sobre o fenômeno em questão e para que a aprendizagem seja
realmente significativa é necessário que os alunos possam testar todas as suas
hipóteses, investigar todas as possibilidades e interagir entre eles até que os
mesmos consigam determinar a relação entre as grandezas físicas envolvidas
nesse movimento.
Para uma melhor compreensão ela será realizada em dois momentos, o primeiro com a resistência do ar assim como realizado por Galileu e o segundo sem a resistência do ar, a fim de verificar a veracidade da teoria. A seguir temos as etapas de montagem e análise deste experimento:
1º Momento:
1ª Etapa: Inicialmente é necessário desenhar três
círculos A, B e C (nominados arbitrariamente), sendo dois de mesmo volume,
porém massas diferentes e um terceiro com um volume relativamente maior
comparado com os dois primeiros, como mostra a Figura 1:
Figura 1: Informações
sobre os círculos desenhados (massa e densidade) para realização de experimento
de queda livre
Fonte: Print screen de experimento virtual
construído no Software Algodoo, produzido pela autora.
2ª Etapa: Depois dos corpos estarem modelados, deve-se
selecionar a opção vetorial para contribuir com a análise do movimento dos
corpos; com essa ferramenta é possível verificar as componentes vetoriais como
força peso, velocidade, força normal, força de atrito, e inúmeras outras
variáveis.
Figura 2: Componente
vetorial (Força peso), instante antes de serem abandonados
Fonte: Print screen de experimento virtual
de queda livre construído no Software
Algodoo, produzido pela autora.
Posteriormente,
é necessário suspender os corpos a uma altura arbitrária, assim como mostra a Figura 2, na qual é possível verificar o vetor da
força peso atuando sobre cada um dos corpos.
3º Etapa: Depois da altura escolhida e da força gravitacional
ativada os copos podem ser abandonados sob a influência da resistência do ar.
Figura 3: Corpos
em queda livre sob a influência da resistência do ar
Fonte: Print screen de experimento virtual
de queda livre construído no Software
Algodoo, produzido pela autora.
A Figura 3 traz os três corpos em queda livre com a
interferência da resistência do ar, e com base na análise vetorial é possível
identificar os valores das componentes verticais que estão atuando sobre eles,
como por exemplo, força peso, velocidade e atrito com o ar. Logo no início da
queda, é possível verificar que a velocidade dos corpos em queda sofre
interferência do atrito com o ar.
Figura 4: Corpos
em queda livre sob a resistência do ar chegando ao solo
Fonte: Print screen de experimento virtual
de queda livre construído no Software
Algodoo, produzido pela autora.
Com base na Figura 4 é possível observar claramente que corpos
de massas maiores chegam ao solo instante antes dos demais, assim como previsto
por Galileu.
2º Momento:
1ª Etapa: Para testar e verificar a experiência
realizada mentalmente por Galileu, que demonstra a teoria de que corpos de
diferentes massas e volumes chegam ao solo com a mesma velocidade, ao serem
abandonados de uma mesma altura no vácuo, deve-se suspender novamente os mesmo
corpos, porém, a resistência do ar deve ser “desligada”.
Figura 5: Corpos
em queda livre no vácuo
Fonte: Print screen de experimento virtual
construído no Software Algodoo, produzido pela autora.
É possível verificar pela Figura 5 que, após os corpos serem abandonados de
uma mesma altura, a velocidade de queda de cada um deles é exatamente a mesma
cada segundo decorrido, ou seja, independente dos valores de seus volumes ou
massas a velocidade de queda dos três corpos é a mesma, pois não estão sob a influência
da resistência do ar.
Figura 6: Corpos
em queda livre no vácuo chegando ao solo no mesmo instante
Fonte: Print screen de experimento virtual
construído no Software Algodoo, produzido pela autora.
Assim como
descrito por Galileu chegam ao solo no mesmo instante como mostra a Figura 6.
Sugestões
à modelagem do experimento
Ao utilizar
essa simulação em sala de aula é imprescindível que o professor instigue seus
alunos a testarem todas as suas hipóteses, variando os valores das massas,
materiais, formatos e volumes dos objetos, para que por meio da simulação
consigam identificar as variáveis que influenciam os corpos em queda livre aqui
na Terra (ou seja, com a resistência do ar), para que os educandos consigam por
meio da experimentação verificar que a velocidade de queda de um corpo depende
apenas do tempo de queda e da aceleração da gravidade, e não de sua densidade
ou formato.
Por meio desta modelagem é possível testar e verificar a influência de cada variável durante o movimento de queda livre, tanto no vácuo, pois, considerando um ambiente de sala de aula comum seria muito difícil de realizar essa prática sem possuir os equipamentos adequados (bomba de vácuo) para obter uma análise com precisão. Com essa simulação é possível trabalhar em sala de aula além da queda livre, lançamento vertical para baixo, lançamento vertical para cima, transformação de energia, energia dissipada e conservação da energia mecânica.
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